A emblemática capa de “Twilight”
Isabella Swan (ou apenas Bella, como prefere ser chamada) é uma típica adolescente de dezessete anos em seu primeiro dia de aula. Assim como a nova escola, tudo na cinzenta e fria cidadezinha de Forks parece desinteressante, até o momento em que ela conhece um jovem atraente (leia “atraente” quase como um eufemismo) e misterioso, Edward Cullen. Aqui o leitor já reconhece alguns elementos batidos de mais um teen movie, se não fosse por um detalhe: Edward é um vampiro.
“About three things I was absolutely positive. First, Edward was a vampire. Second, there was a part of him – and I didn’t kwon how potent that part might be – that thirsted for my blood. And third, I was unconditionally and irrevocably in love with him.”
p. 195
Mas esse ainda não é o motivo maior que explica o rebanho de leitores da saga Twilight. A autora faz uso do que há de mais sedutor no universo mítico dos vampiros apenas como plano de fundo para tratar um dos temas mais explorados de toda a literatura desde Shakespeare, o amor juvenil. E o desenrolar dessa história parece seguir a tradição de Romeu e Julieta, afinal, esse tal amor romântico só existe com a impossibilidade de realização.
Os vampiros de Stephenie Meyer estão longe da clássica imagem do Conde Drácula, assim como toda aquela parafernália de estacas, crucifixo e alho. Edward está muito mais para um Dorian Gray do que um Nosferatu. Nele reconhecemos traços característicos de um personagem ultrarromântico, angustiado com a própria existência e a possibilidade de perda da amada idealizada. Aqui a sua tendência animal funciona como uma metáfora para o instinto sexual, e A Bela da história, o seu objeto de desejo.
‘“And so the lion fell in love with the lamb…,” He murmured. I looked away, hiding my eyes as I thrilled to the word.
“What a stupid lamb,” I sighed.
“What a sick, masochistic lion.” He stared into the shadowy forest for a long moment, and I wondered where his thoughts had taken him.’
p. 274
Meyer peca em alguns pontos. A voz narrativa parece não muito crível diante dos fatos, algumas cenas deslocadas quebram o suspense antecipadamente e, para uma história de vampiros (ou com vampiros), há mais açúcar do que sangue. Entretanto, mesmo com a trama frouxamente amarrada num ponto ou outro e a previsível (e irresistível) resolução do impasse, alcançamos o final das quase quinhentas páginas do romance sedentos por um pouco mais de sangue.
ouvindo… Decode – Paramore
A febre Twilight te pegou! =]
ReplyDeleteE o layout ficou lindão, hein?
Você leu a saga toda? Sabe, uma época eu fiquei curiosa c/ esse negócio, mas já ouvi falarem TANTO mal que desisti rs.
ReplyDeleteSeu blog está muito bonito ;)
Oi Cris,
ReplyDeleteNão li a saga toda. O livro não prima pelo "rigor literário", mas é um ótimo passatempo!