A face está apoiada sobre uma das mãos, talvez porque não suporte o peso do próprio pensar. Coça o queixo, rói as unhas. Perscruta a melhor forma de organizar as ideias...
Depois de algum tempo acreditando num make-believe não consigo enxergar formas mágicas de resolução. Teorizo, numa tentativa de compreensão das coisas que não sei (e a pergunta que eu mais tenho me feito é “o que sei?”). Percebo que a consciência acerca do que sou e significo permanece numa inconstância que muito me afeta, e observando com cautela os sinais, só posso concluir que a longo prazo vou me prostrar diante do que sou forçado a postergar.
Não seria esse um dos meus grandes defeitos? Implodir sentimentos ao invés de explodir, somatizando estoicamente dor num ferimento que nunca cicatriza. Percebo que não tenho vivido a minha totalidade e prefiro não mensurar o quanto perdi e irei perder com isso. Porque tenho restrições concretas para não ultrapassar a linha vermelha, e terei que aprender a sobreviver num espaço demarcado que limita a linguagem.
Nesse capítulo do romance eu encontro o mago de Oz e descubro que ele é um grande charlatão e que só eu posso conquistar um coração que saiba verdadeiramente demonstrar sentimentos, um cérebro que não repita coordenadas, mas que seja um órgão autônomo, e coragem para que um dia eu possa encontrar um espaço confortável (não claustrofóbico) que eu possa chamar de lar.
Numa corrida alucinada vislumbro ao longe a linha de chegada dos 30 anos (tempo de conquistas, realizações, independência e liberdade), e apesar de arfar após percorrer longa distância, continuo inerte no mesmo ponto, um rato na roda. Caso questionassem o que fazer para mudar, eu responderia com toda a certeza e segurança nunca antes sentida: “Não tenho ideia”.
ouvindo... Incomplete – Alanis Morissette
Deep.
ReplyDeleteDoug, você sempre escreveu maravilhosamente bem.
ReplyDeleteNão sou de ficar muito nas proximidades, já que sou um risco (kkk e quem não é), mas você é um cara maravilhoso e que escreve posts muito lindos, tem idéias super criativas e espero que consiga ver isso, por que eu ficaria muito triste em saber que você se deixou dominar pela tristeza, tá!
A gente se perde mas se encontra e reencontra sempre...essa é a maravilha de viver!
Abraços blogueiro.