Saturday, March 14

everything’s a mess

Pareço viver num regime de compensação, digo isso porque as férias foram ótimas, descansei corpo e mente, li meia dúzia de livros, idas ao cinema, teatro, (até contraí uma paixonite, o que me deixou por um bom tempo nas nuvens, mas já estou curado e com os pés no chão). Desconfiava desses momentos de prazer clandestino, a ficha caiu alguns segundos após o show, quando sentado sozinho percebi a profundidade do poço aqui dentro. Foi como se um grilo falante tentasse me advertir… “pegue os livros e volte pro caminho!”. Não só oscilei entre um degrau e outro, levei um tombo monumental, daqueles que você espera uma mãozinha pra levantar e se recompor, mas sabe que não virá ninguém em auxílio.

NÃOS, uns creditados pela injustiça que deveria supor do mundo, outros que afirmam a minha falta de preparo pra próxima fase do jogo. Só voltei a trabalhar em março, o ambiente da nova escola é agradável, mas tenho poucas aulas, tudo ainda é muito incerto... talvez eu procure emprego numa dessas lojas de departamento, ou quem sabe monte uma barraquinha de limonada na calçada de casa. Somatizando sintomas, obrigações, prazos, contas... poderia fazer como Zellweger em Miss Potter, ir morar num lugar como Lake District, criar porcos e plantar morangos, daí pintaria o mundo de aquarela. É angustiante essa sensação de impotência diante do próprio destino, até aqui todo o esforço parece insuficiente, aceitaria palavras amigas e votos de melhoras, mesmo que isso soe como mais uma inverdade.

- ouvindo… 22 – Lily Allen

8 comments:

  1. Doug, eu sinceramente gostaria muito de poder ajudar, mas nessas questões sou um 0 à esquerda (com vírgula porque além de significar algo sempre diminui, rs).

    Torço para que alguém consiga expressar o que sinto em palavras.

    Muitos beijos e esperanças para você!

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  2. Detalhe: onde está escrito "além" nos parênteses, leia "apesar".

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  3. Boa trilha sonora Doug. A única coisa que eu posso te dizer é que não desista diante dessa angústia. Saber trabalhar e conviver com ela é o caminho, pois ela irá continuar, e só tende a aumentar.

    Keep faith, seja no que for e de que forma for.

    :)

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  4. Anonymous19.3.09

    Fica bem aí e ouça e cante 'somwhere over the raimbow' em volume máximo!
    E chore muito se a angústia for insuportável, alivia!

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  5. Anonymous22.3.09

    I-Pixel,

    brigadim pelas palavras!

    Alexandre,

    pode parecer 'pessimismo', mas vc está coberto de razão quando diz q a angústia só tende a aumentar, tenho q aprender a trabalhar isso.

    fabi,

    ñ tinha algo menos gay ñ? hahaha

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  6. Doug, sabe, as vezes a gente acha que não consegue controlar nosso destino, mas no fundo a gente até que tem esse poder...especialmente quando a gente se defronta com situações que REALMENTE não controlamos.

    Essa semana fui espancado por skinheads, e quebrei o maxilar, vou ter que fazer uma cirurgia de urgência e recolocar meus dentes no lugar...

    Enfim, isso é o que eu chamaria de "destino", "fatalidade", algo que a gente não espera e não controla.

    Eu só gostaria que você percebesse que você tem a sua vida em suas mãos e que as vezes a gente pode esquecer do quanto ela é realmente frágil...e apesar de tudo isso estamos aí, de pá, sem querer desistir, mesmo que as coisas já não façam mais tanto sentido...especialmente quando nossa vida é tratada como algo sem valor...

    Então pense bastante no que você está fazendo com a tua vida, por que você pode se fazer feliz com ela, por mais monótona que ela possa parecer, ela ainda continua uma pedra bruta que você pode lapidar sempre e cada vez mais...não vou dizer pra você que a vida é sempre boa, ela tem altos e baixos, mas as vezes os baixos podem ser MUITO BAIXOS, então sinta a sua vida agora, ame ela do fundo do seu coração...mesmo que as vezes a gente não sinta o mesmo.

    Se cuide menino!

    abraço

    Cris

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  7. Pra te deixar mais animado, um blog de poesias da minha professora de sociologia e feminista Miriam Adelman, espero que goste!

    http://conviteapalavra.blogspot.com/

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  8. pegue os livros e volta pro caminho.

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