aluga-se autocrítica

Num cômodo oco e mal iluminado, entre febris risadas de escárnio, velhas vozes inquilinas maldizem o hospedeiro...

Desajeitada criatura, enxerga a própria vergonha nos olhos do outro. Prepotente, não? comprando um way of life que nega a sua essência. E essa borrada tinta ao redor dos olhos? ressalta uma expressão de que não dispõe. Nebuloso semblante encoberto pela fumaça do vício. Pobre criança, estipulando o valor de sua carne no mercado, permitindo que olhares ao redor o sexualizem. Escute... surrupiando conceitos de livros que não leu. É dessa forma que sublima os anseios, com uma intelectualidade pedante. Tolo, perseguindo uma perfeita simetria que nunca será sua. Veja só! ele brinca com vocábulos em três línguas, mas é irônico como ainda apresenta dificuldade para estabelecer comunicação. Petulante! na ponta dos pés tenta alcançar aqueles cujo toque não lhe foi permitido, um dos motivos para que persiga um deus que compactue com o seu pecar. Em pequenos gestos colabora para o vagar da deterioração humana, não há consciência alguma nisso. Ele teima em pensar o contrário, mas encara a singularidade dos irmãos como algo homogêneo, numa ambivalência entre discurso e ação. Todo o seu conhecimento pode ser resumido numa única anedota, que conta repetidas vezes para tentar agradar o respeitável público. Percebeu como mesmo em expressões faciais contorcidas acha que demonstra beleza? Perpetuado nestas pitorescas imagens, acompanhado por espectros que afirmam a sua quase imperceptível existência... Olhe dentro, acha que engana quem? Farsa de si mesmo.