Capitu, "estética Tim Burton" e música

Parece tendência esse diálogo entre a estética teatral e a circense. A regra geral é não seguir regras e ir costurando a própria colcha de retalhos. A microssérie Capitu (exibida entre 9 e 13 desse mês) é um ótimo exemplo dessa nova plasticidade, mas não foi a primeira, o conceito parecia também estar presente em Hoje é dia de Maria. Poderia simplificar e dizer que tudo é culpa do Tim Burton, mas essas referências e influências não ficam limitadas à sétima arte.

Na literatura (recomendo Roald Dahl ou Lemony Snicket) e na música também encontramos esse humor negro, essa teatralidade que coloca em cena um palhaço com uma lágrima pintada escorrendo dum olho. Bandas como O Teatro Mágico e Manacá ilustram bem essa idéia de “novo romantismo”; a última tem como vocalista Letícia Persiles, que emprestou seu olhar para a personagem Capitu (quando jovem).

Fiquei encantado ao vê-la no programa Altas Horas cantando uma das músicas que fizeram parte da trilha sonora da série, mais um exemplo dessa mistura ópera rock que vem se tornando tão freqüente. Pra completar a costura, descobri outra banda através da série, a música embalou as cenas mais líricas de Capitu e Bentinho.

Elephant Gun - Beirut

Depois de ver o clip eu divaguei... talvez eu deva largar tudo e seguir o circo, brincar de teatro, raspar a cabeça (ops, já fiz!), usar cartola e me embriagar com vinho, ser um libertino!