No sábado participei de um workshop para professores de inglês ministrados por alunos da PUC numa das mais conceituadas escolas de língua e cultura inglesa de São Paulo. Foi estimulante enxergar possíveis caminhos para o ensino da língua e conhecer pessoas que buscam verdade naquilo que fazem. Ainda ouvi uma breve apresentação em inglês sobre a peça Cymbeline, de Shakespeare. Aproveitando a viagem, desci na Av. Paulista com a intenção de ver o espetáculo, mas para o meu “azar” as duas sessões já estavam esgotadas.
Domingo, chego ao Teatro Popular do Sesi ao meio-dia e permaneço na fila durante 5 horas (em pé e de barriga vazia). Não me importei em esperar, pois não é todo o dia que uma companhia britânica, com atores britânicos, de british accent (a repetição demonstra um pouco do meu anglicismo), traz para o Brasil uma peça de Shakespeare. Mesmo depois de ouvir o burburinho de que os ingressos estavam esgotados e suportar adolescentes afetados que nem deviam saber sobre o que se tratava a peça, permaneci na chamada fila de desistência, ou melhor, resistência.
Doses de paciência depois, confesso que tinha perdido as esperanças de ver a tão bem falada adaptação, até porque era o último dia em cartaz no Brasil. Poucos minutos antes das 17 horas, portão aberto, um punhado de gente que supostamente tinha chegado às 7 da manhã entra... até que o segurança sai com um bolo de ingressos e... juro que quando peguei o meu seria capaz de fazer qualquer promessa do tipo “ajudar velhinhas a atravessar a rua” pro resto da vida. Surpresa maior foi quando vi o número da poltrona: B 12! Sentado confortavelmente na segunda fileira, bem pertinho dos atores, feliz feito criança... a peça começa.
Cymbeline, rei da Bretanha, deseja que sua filha, Imogen, se case com Cloten, filho de sua segunda esposa, porém, Imogen já havia se casado em segredo com um plebeu, Posthumos, que acaba sendo expulso do reino. Intrigas e interesses separam o casal que acaba se encontrando no final da guerra entre Bretanha e Roma. A história pode parecer meio batida, o enredo apresenta pontos semelhantes com outras obras de Shakespeare (como Romeu e Julieta), mas o que chama atenção é a releitura cômica e modernosa dada pela companhia Kneehigh Theatre.
Os atores contracenam num cenário simples (o que se resume numa estrutura de ferro), poucos objetos, efeitos de luz e música ao vivo. Pra quem não sabia inglês, havia overtitles, eu tentei não ler e entendi 50% das falas, o que fez com que eu chegasse à conclusão de que o que sei de inglês são recortes lingüísticos. O desejo de uma vivência mais próximo com o idioma está cada vez mais forte e espero não ter que esperar aqui para ver espetáculos do tipo se repetirem. Na primeira cena da peça, personagens encapuzados “grafitaram” a palavra remember, impossível esquecer.
Qdo você souber de algum outro evento do tipo, me avise. Mas eu tenho medo de ir assistir uma peça em inglês e não entender nada :/
ReplyDeleteCris,
ReplyDeleteEu pensei nisso! Mas queria ter assistido antes pra dar a dica, só que assisti tarde demais ;(
Sobre entender ou não... bom, tinha "overtitles", você iria entender, mas ficaria com dor no pescoço ;)
As próximas peças serão infantis, uma é João e Maria e a outra é de bonequinhos (daqueles manipulados no escuro), em português. Eu acho que vou (com a desculpa de levar a minha irmã ;p). O legal é que é na faixa.
ah e vai ter show do Thomas Jay, que é um desconhecido britânico desses com um sotaque muito forte, um ser indie...rs de grátis na Cultura Inglesa. da Vila Mariana. hehe.
ReplyDeleteE.. eu não vou :/ estarei trabalhando.
droga, droga.