Comentando filmes

Não sei se estou levando a sério demais um dos tópicos da lista para 2008 ou se as circunstâncias é que são sempre favoráveis, pois já devo ter visto cinco filmes do preview. Por falta de tempo e ânimo não vou divagar sobre, mas tecerei breves comentários sobre os filmes vistos nas últimas semanas.

Elizabeth – A Era de Ouro. Não falo com propriedade histórica e deveria rever o primeiro filme (visto pela primeira vez numa aula de Literatura Inglesa) antes de comentar a seqüência, mas me parece que a figura central, interpretada majestosamente por Kate Blanchett, é a única que faz valer o ingresso. Para quem adora vê-la sendo endeusada pela câmera e com pó de arroz na cara, ok (não foi à toa que levou o Oscar de Melhor Figurino), but, Clive Owen parece meio deslocado interpretando o pirata Walter Raleigh, como se a personagem estivesse ali para dar um toque “Piratas no Caribe” (e não duvido nada que fechem a história com uma trilogia). O enredo enfoca o conflito entre uma Espanha católica e uma Inglaterra protestante e as questões virginais de Elizabeth, uma batalha aqui e outra ali e pronto... Destaque para a última cena de Blood Mary (Samantha Morton).

Elizabeth - A Era de Ouro (Elizabeth - The Golden Age). Reino Unido / França / Alemanha, 2007 - 114 min. Drama / Biografia. Direção: Shekhar Kapur. Roteiro: William Nicholson, Michael Hirst. Elenco: Cate Blanchett, Geoffrey Rush, Clive Owen, Jordi Molla, Samantha Morton.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet. Mais uma produção com direção de Tim Burton e Johnny Depp no papel principal (cortando também!), a diferença é que se trata de um musical. Depp encarna Benjamin Barker, um barbeiro expulso injustamente de Londres que volta anos mais tarde como Sweeney Todd para colocar seu plano de vingança em prática, para isso recebe a ajuda da quituteira Mrs. Lovett (Helena Bonham Carter, impagável!) que faz deliciosas tortas com os corpos das vítimas. Não espere um grande musical, mas os atores fazem direitinho a lição de casa, Burton carrega no tom característico de suas produções (reconhecido pelo Oscar de Melhor Direção de Arte). O filme só não foi melhor porque tive que suportar um casal de namorados rindo em momentos não tão engraçados (!) e, num momento nonsense e de terror classe C, me imaginei com uma navalha nas mãos lavando a sala de cinema de sangue.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street) EUA, 2007 - 116 min. Suspense / Musical. Direção: Tim Burton. Roteiro: John Logan, Christopher Bond, Hugh Wheeler, Stephen Sondheim. Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Jamie Campbell Bower, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Jayne Wisener.

O Orfanato. Sendo produzido por Guillermo Del Toro, imaginei que o suspense seguisse a linha de O Labirinto do Fauno, filme que gostaria de ter visto (até porque na época trabalhava num cinema). Não vou perder tempo... o filme só me fez perceber o quanto não gosto do gênero “criancinhas mortas aparecendo ali e aqui”, até a história que a minha falecida bisavó contava sobre a sua casa mal-assombrada era bem mais interessante e... “crível”. Numa sessão cheia, fiquei com medo das pessoas mal educadas (num certo momento um rapaz se levantou e soltou uns palavrões direcionados a um casal barulhento que estava ao meu lado) e a única surpresa do filme foi perceber que um dos personagens era interpretado por Edgar Vivar, mais conhecido como Nhonho ou Sr. Barriga do Chaves.

O Orfanato (El Orfanato) Espanha, 2007 - 100 min. Suspense. Direção: Juan Antonio Bayona. Roteiro: Sergio Sánchez. Elenco: Belén Rueda, Roger Príncep, Fernando Cayo, Mabel Rivera, Montserrat Carulla, Geraldine Chaplin, Edgar Vivar.